Com 327.139 unidades produzidas no trimestre, indústria registra o melhor resultado desde 2015.
Por: Cauê Lira.
Apesar das dificuldades na cadeia produtiva em 2022, a indústria de motocicletas registrou alta de 37,8% na fabricação de modelos novos sobre o primeiro trimestre de 2021. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
Com 327.139 unidades produzidas, a indústria registrou o melhor resultado desde 2015. No mesmo período do ano passado, foram produzidas 237.401 unidades. A expectativa da Abraciclo é de que cerca de 1,3 milhão de motocicletas serão produzidas na Zona Franca de Manaus (AM) em 2022, representando alta de 7,9% sobre o ano passado.
O bom resultado surge em um trimestre marcado pela falta de microchips semicondutores, o rebote do novo coronavírus com a variante ômicron e o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. No setor de automóveis, estes fatores causaram queda de 17% na produção, segundo a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Os emplacamentos também avançaram no trimestre. Com 274.673 unidades licenciadas, a alta é de 33,7% sobre o mesmo período de 2021, quando 204.444 motocicletas foram vendidas no Brasil.
Segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a categoria que mais emplaca é a city, com 40,1% do mix, sendo a Honda CG 160 o grande destaque. As scooters e cubs, como aYamaha NMax, correspondem a 36,3% de todos os emplacamentos, enquanto as trails, como Honda NXR 160 Bros eYamaha Crosser, correspondem a 18,7%.
Apesar da alta na produção e nos licenciamentos, as exportações recuaram. No primeiro trimestre, 10.585 motocicletas deixaram o país, contra 13.165 do ano passado. Trata-se de uma retração de 19,6%. Os principais destinos são Argentina (29,7%), Colômbia (19,2%) e Estados Unidos (18,9%).
Para Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, o avanço na procura por motos é consequência direta da pandemia, dos aplicativos de entrega e da elevação dos preços dos combustíveis. O consumidor busca um veículo ágil, econômico e com preço acessível como alternativa para se locomover. A expectativa é de que o mercado continue aquecido. Veja a lista das 10 motos mais vendidas do Brasil em 2022.
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