Meta da Abraciclo é que motocicletas retome nível de produção de 2011

Por: Soraia Abreu Pedroso

São Paulo – Apesar dos resultados positivos conquistados em 2021, com ampliação de 24,2% na produção e de 26,3% nas vendas, a Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, espera a continuidade da forte demanda pelos veículos de duas rodas, ciente, porém, dos desafios extra-pandemia postos para este ano nos campos econômico e político.

As expectativas da entidade são as de que saiam das linhas das fabricantes 1 milhão 290 mil motocicletas em 2022, expansão de 7,9% com relação ao ano passado, que sejam vendidas 1 milhão 230 mil unidades, volume 6,4% maior, e embarcados 54 mil, leve alta de 1%.

A lição de casa para o segmento nos próximos anos, porém, de acordo com presidente Marcos Fermanian, é retomar nível alcançado uma década atrás, quando foram produzidas 2 milhões 136 mil unidades:

“O caminho é longo. É preciso crescer 65% para voltar ao patamar de 2011. Mas é o nosso objetivo. Naquele momento do setor imaginávamos que em dez anos poderíamos dobrar o mercado de tamanho, para 4 milhões de unidades. Mas as dificuldades econômicas aliadas ao impeachment no meio da caminho mudaram o rumo da indústria e nunca houve produção superior à daquele período”.

Assim as projeções para 2022, a princípio, podem soar conservadoras, mas Fermanian disse que as montadoras estão trabalhando duro para promover expansão do setor e que, apesar de viverem bom momento, não estão “nadando de braçada”. Principalmente diante do cenário composto pelos desafios trazidos pela covid, com a necessidade de retomada do abastecimento e reorganização da cadeia, pelo estrago que a crise advinda do vírus provocou no poder aquisitivo da população, pela falta de competitividade do País devido ao custo Brasil e pela ausência de reformas tributária e administrativa.

“Não temos só coisa boa pela frente com a demanda aquecida, pois ainda há muita nuvem preta pela frente. Sem contar que ano eleitoral gera estresse na sociedade por causa das incertezas”, afirmou o presidente da Abraciclo. Ele ponderou, também, que apesar de a oferta de crédito seguir em alta e de os bancos digitais oferecerem atrativos para atrair usuários de motocicleta, o custo de captação desses recursos aumentou. E deverá aumentar ainda mais, uma vez que os juros estão em trajetória de alta para tentar a aplacar a inflação ainda em patamar elevado. “A maior parte das vendas é financiada, a prazo ou por meio de consórcio. Mas para isso o consumidor precisa ter confiança de que vai conseguir honrar seus pagamentos.”

Outro ponto que Fermanian ressaltou, e que deve atingir em cheio a produção de janeiro, é o afastamento de profissionais neste início de ano por causa da onda de contágio trazida pela variante ômicron. Embora não consiga mensurar números do absenteísmo, assinalou que eventualmente haverá necessidade de contratação, a depender da quantidade de pessoas que as empresas conseguirem colocar no chão de fábrica para dar continuidade à produção e perseguir a meta lançada.

Foto: José Paulo Lacerda/CNI

Fonte: https://www.autodata.com.br/noticias/2022/01/20/meta-da-abraciclo-e-que-motocicletas-retomem-nivel-de-producao-de-2011/35055/


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