Número de emplacamentos na capital superou até o período anterior à pandemia, em 2019.
Por: Gabriel Rodrigues.
A venda de motocicletas teve um aumento de 32,1% em Belo Horizonte no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2021, segundo dados compilados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Só até março, 4.342 foram emplacadas na capital, número 6,2% superior aos emplacamentos até de antes da pandemia, em 2019. A alta, na perspectiva de especialistas do mercado, é impulsionada pelo preço cada vez mais proibitivo dos carros e pelas taxas de desemprego, que empurram trabalhadores para a rotina de entregadores por aplicativo.
“A procura cresceu muito durante a pandemia, com o aumento dos serviços de entrega e o maior uso nos deslocamentos urbanos para evitar a aglomeração do transporte público. A elevação nos preços dos combustíveis também tem levado mais pessoas a olharem para a motocicleta como uma alternativa”, diz o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
Nacionalmente, a venda de motos foi superior à de BH e chegou a 33,7%, com 274.673 motocicletas emplacadas no país. Já em Minas Gerais, a variação foi menor, de 20,8%, com 21.663 motocicletas emplacadas.
As motos de baixa cilindrada, as mais utilizadas nos serviços de entrega, representam a maior fatia do mercado. Embora tenham sofrido uma alta de cerca de 17%, acima da inflação dos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as motocicletas ainda são uma alternativa mais barata do que os carros. O preço sugerido pela marca para a moto mais vendida em 2021, a Honda CG 160, é no mínimo R$ 12.280. Mas o carro mais vendido do Brasil no último ano, a Fiat Strada, passa de R$ 90 mil.
Endividamento
A presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos que Utilizam Aplicativos do Estado de Minas Gerais (Sicovapp-MG), Simone Almeida, pontua que quem compra uma motocicleta para trabalhar com entregas demora a compensar o investimento, em geral. “O valor que os aplicativos pagam é pequeno, então tem que trabalhar muito para tirar pelo menos o investimento que foi feito. Mas muitos não fazem essa conta, porque compram a moto só pensando em começar a trabalhar para o dinheiro entrar, e depois vão para outro setor”, conta.
Confira a variação dos emplacamentos de motocicletas*
No Brasil:
- 2019: 258.652
- 2020: 246.848
- 2021: 205.444
- 2022: 274.673
Em Minas:
- 2019: 21.812
- 2020: 21.457
- 2021: 17.930
- 2022: 21.663
Em BH:
- 2019: 3.522
- 2020: 4.086
- 2021: 3.286
- 2022: 4.342
*Dados do primeiro trimestre de cada ano.
Foto capa: Internet
Fonte: https://www.otempo.com.br/economia/venda-de-motos-sobe-32-em-bh-motivada-por-apps-de-entrega-e-inflacao-de-carros-1.2662532