Conheça 10 coisas sobre scooters que você nunca perguntou

Esse tipo de veículo apresenta diferenças significativas em relação às motocicletas, entre vantagens e desvantagens.

Por: Tite Simões.

Olhe bem em volta e comece a reparar, porque eles estão em toda parte: no estacionamento do prédio, nos shopping centers, nas escolas, academias, clubes etc. E eles representam o único segmento do mercado que cresce e ignora crise. São os scooters, ou motonetas, veículos inspirados nas antigas Lambretta e Vespa e que estão bem mais avançados e fáceis de pilotar do que seus antepassados italianos.

Antes de entrar no tema, um esclarecimento. A palavra scooter vem do inglês e significa literalmente “patinete”, porque se assemelha a este instável veículo. Por ser uma palavra inglesa, não tem gênero, pode-se dizer O scooter ou A scooter. Vou usar no masculino porque o fonema se assemelha a O hambúrguer.

Aqui os scooters se popularizaram a partir de 1994, quando o Brasil abriu os portos para a chegada de veículos importados. A Caloi começou a importar os scooters da marca Suzuki e em seguida a Yamaha trouxe o Jog 50. Mas o mercado demoraria quase 20 anos para absorver e entender esse prático veículo que se confunde com as motos, mas que tem características muito particulares.

Por se tratar de um veículo aparentemente fácil de pilotar induz algumas pessoas a achar que não precisa nem habilitação, basta comprar, montar e sair rodando, mas não é bem assim. Scooters precisam de habilitação sim, apesar de os exames serem realizados com motocicletas.

Um dos primeiros passos é entender que scooter não é igual à uma moto! Os dois veículos se equilibram em duas rodas, tem motores, guidão, mas as semelhanças acabam aí. A distribuição de massa é diferente (no scooter é mais concentrado no eixo traseiro); as rodas dos scooters são menores (de 10 a 16 polegadas), o vão livre do solo é bem menor e não tem pedaleiras para o piloto (tem plataforma, ou piso).

Para quem sai da moto para o scooter as mudanças são rapidamente entendidas e absorvidas, mas para quem começa a aprender com scooter precisa ser bem instruído porque é mais sensível aos buracos e tem uma dinâmica bem própria.

Diferentes

Pilotar um scooter não é, necessariamente, mais fácil

É um erro afirmar que scooters são mais fáceis de pilotar do que uma moto. A única facilidade é não precisar trocar marchas, mas a falta de embreagem e as rodas pequenas dificultam muito manobras em baixa velocidade. O mais correto é afirmar que a pilotagem de scooter não é mais fácil nem mais difícil, mas é diferente da de moto.

Além disso os scooters nasceram e se multiplicaram na Europa, em cidades de pavimentação muito bem cuidada e nas quais os moradores percorrem pequenas distâncias. Nas grandes cidades brasileiras um cidadão pode percorrer cerca de 30 a 40 km para se deslocar de casa para o trabalho.

Na Europa essas distâncias de deslocamento são bem menores. O scooterista europeu roda menos e em pavimento bem que melhor do que os brasileiros. Também tem as limitações de circulação de automóveis nas cidades históricas (quase toda a Europa…).

Por isso os scooters dominaram o cenário nas cidades europeias. Nos estacionamentos públicos já se nota praticamente 70% de scooters. Porque eles perceberam a versatilidade deste veículo muito antes de nós.

Costumo brincar ao chamar o scooter de a sandália Havaiana dos veículos motorizados, por ser prático, versátil, despojado e combina com tudo.

Os principais pontos a favor dos scooters são:

1. Versatilidade

Porta-malas embaixo do banco dos scooters permite transportar pequenos objetos

O scooter chega até mesmo a substituir o automóvel em situações bem inusitadas. Graças ao porta-objeto sob o banco, e aos bauletos opcionais, pode-se transportar muita carga. Alguns modelos contam ainda com ganchos para levar sacolas. Pode-se carregar as compras da feira ou supermercado com este veículo.


2. Simplicidade de pilotagem

Por ter câmbio automático não é preciso trocar marchas, basta acelerar e frear. Esse sistema, mais o escudo frontal, ajudam a preservar os calçados, ao contrário do câmbio das motos que deixa uma marca típica. Além disso, com os dois freios acionados pelas mãos o piloto se sente mais seguro para colocar os dois pés no chão na hora de parar o scooter, porque nas motos é preciso manter o pé direito no freio traseiro.

O comando dos freios nas mãos contribui muito para o aspecto de facilidade, porque lembra o sistema das bicicletas. Mas atenção: a posição das manetes de freios são exatamente ao contrário ao das bicicletas. No scooter a mão direita aciona o freio dianteiro e a esquerda o traseiro, justamente o inverso da bicicleta.

3. Scooters têm aparência mais “elegante”

Usuários de scooters se diferenciam dos “motoqueiros

Não é novidade que a imagem do motociclista está arranhada, por culpa de uma minoria que pilota como se fossem loucos. Quem usa uma moto apenas para o transporte individual de casa para o trabalho ou escola, acaba sendo confundido com os cachorros-loucos e pagando caro por essa mistura.

Como o usuário de scooter ainda é (por enquanto) um cidadão mais tranquilo, se diferencia dos “motoqueiros”. Parece que isso não significa nada, mas é nítida a escolha do scooter para não ficar com “cara de motoboy”, principalmente pelas mulheres, que aderiram rapidamente a este veículo.


3. É econômico

A maioria dos modelos do mercado e os mais vendidos ficam na categoria entre 110 cm³ e 160 cm³, com motores de um cilindro, alimentados por injeção eletrônica e muito econômicos. Alguns modelos chegam a rodar mais de 40 quilômetros com um litro de gasolina. Como existe limitação de espaço, na maioria dos modelos o tanque de gasolina é pequeno. Um tanque de 4,5 litros pode proporcionar uma autonomia média de 180 quilômetros.

5. Tem diversas categorias

Apesar de os pequenos serem os mais vendidos, hoje no Brasil podem-se encontrar scooters até de 650 cm³. Essa variedade permite escolher o que mais se encaixa no perfil do usuário. Com scooter acima de 200 cm³ já é possível viajar com segurança e conforto, inclusive com garupa.

6. Scooters têm pneus sem câmara

Aparentemente não significa grande coisa, mas tirar a roda traseira de um scooter exige técnica, boas ferramentas e uma paciência infinita. Por usarem rodas de liga leve dispensam o uso de câmara de ar, por isso em caso de furo é muito mais fácil de consertar e nem precisa retirar a roda. Além disso os pneus sem câmara são mais seguros porque, em caso de furo, esvaziam gradualmente.

7. Baixa manutenção

Nas motos com corrente o usuário precisa lembrar de lubrificar e regular a tensão. Os scooters usam correia, que não necessitam lubrificação e as regulagens são feitas nas revisões periódicas. Recomenda-se trocar um pouco antes do recomendado pelo fabricante.

8. Scooters são ruis de levar garupa

A parte chata é que scooters pequenos (até 200 cm³) não gostam muito de levar passageiro na garupa. Como a maior parte da massa já está concentrada no eixo traseiro, quando se coloca uma pessoa a mais o scooters “sente” mais o sobrepeso e fica menos estável. A dica é reduzir a velocidade.

9. Custo de manutenção é maior

Outra má notícia é o custo de manutenção maior do que nas motos da mesma categoria. Aqui é puramente uma questão de escala de produção. Como a produção de motos é dez vezes maior, o preço unitário das peças acaba ficando menor. Itens como pastilhas de freio, manetes, pneus, amortecedores custam mais se comparados com os mesmos preços das peças de moto.

10. Scooters têm boa liquidez

Por outro lado, tem grande liquidez e valorização na hora da venda. Como os usuários de scooters não agem como “cachorros loucos” (por enquanto) um scooter usado costuma estar mais bem conservado do que uma moto da mesma quilometragem. E por ter uma produção menor – e grande procura – é mais fácil na hora de vender.

Fonte: https://autopapo.uol.com.br/motos/10-coisas-sobre-scooters/


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