Motofaixa na Av. 23 de Maio começou a operar integralmente nesta terça-feira (25). Atualmente, cerca de 1,2 milhão de motocicletas circulam pela capital paulista; 300 mil são utilizadas como meio de transporte para o trabalho.
Por: Bom Dia SP e g1 SP – São Paulo
O número de motos em circulação na cidade de São Paulo cresceu 43,6% nos últimos 10 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), em 2011, eram 749.803 motocicletas rodando na capital paulista, já em 2021, elas passaram a ser 1.076.861.
A estimativa do instituto é de que, atualmente, mais de 1,2 milhão de veículos do tipo estejam circulando por São Paulo.
Nesta terça-feira (25), aniversário da capital, a motofaixa implementada na Avenida 23 de Maio, no sentido aeroporto – entre a Praça da Bandeira e o Complexo Viário Jorge João Saad – começou a operar integralmente, com elementos de sinalização e acompanhamento da utilização do trecho.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), cerca de 50 mil motos transitam pela avenida diariamente. No período das 8h às 17h, chegam a passar mais de 2 mil veículos por hora.
“Ficou bom demais, inclusive ajuda muito a gente porque tem certos motoristas que não respeitem. Só porque você anda no corredor acha que você não é nada, não é ninguém, não tá trabalhando”, avaliou o motofretista Gustavo Mendes.
Apesar de ter agradado a alguns, o projeto piloto da “Faixa Azul” foi alvo de críticas por parte de especialistas. Isso porque um boletim técnico emitido pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em 2018, mostrava que motofaixas instaladas anteriormente na capital não diminuíram acidentes, pelo contrário, houve um aumento.
Na Avenida Sumaré, a faixa durou entre 2006 e 2013. Um ano antes da implantação, foram 11 acidentes com moto. Um ano depois, esse número pulou para 27. Já na Rua Vergueiro, os números chamam ainda mais a atenção quando se olha para os atropelamentos com moto. Antes da faixa, em 2009, foram 3. Um ano depois, 43.
Porém, a CET diz que a expectativa é de que o projeto piloto da Av. 23 de Maio tenha resultados diferentes dos anteriores, melhores, uma vez que a ficará em uma faixa já utilizada pelos motociclistas.
Para Gilberto Santos, presidente do Sindimoto, a instalação da faixa é algo positivo, mas que depende da empatia no trânsito para funcionar como previsto. “A gente tá apostando no bom senso, na consciência de quem usa, não só dos motociclistas mas também dos motoristas e que seja algo que dê certo pra ser multiplicado nas avenidas que suporte esse tipo de construção”, afirmou.