Fenabrave diz que 791 automóveis foram emplacados no 1º mês do ano após baixa provocada por série de fatores. Em contrapartida, busca de consumidores por motos segue em alta.
Por: Fernando Pacífico, g1 Campinas e Região
O ano de 2022 em Campinas (SP) começou com redução de 35,4% na venda de novos carros, em relação a janeiro de 2021, segundo a Fenabrave, associação dos concessionários. Por outro lado, o levantamento mostra alta de 5,7% na quantidade de motocicletas zero quilômetro emplacadas na metrópole. A entidade e um economista ouvido pelo g1 avaliam influências do mercado – veja abaixo.
Automóveis
O balanço indica que 791 novos carros novos foram emplacados em Campinas no primeiro mês do ano. Além disso, no comparativo com 2019, ano pré-pandemia, a baixa chega a 57,7% em três anos.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (2), a Fenabrave considerou que a queda de 29,4% para carros registrada em todo país reflete três fatores: a sazonalidade (janeiro tem retração, no comparativo com dezembro), baixos estoques das concessionárias e falta de produtos decorrente da escassez de insumos e componentes no mercado. Para a entidade, o período de chuvas e o aumento de casos da Covid-19, após chegada da variante ômicron, também afastaram consumidores das lojas.
Ao todo, foram 92,2 mil novos emplacamentos em janeiro, contra 130,7 mil no primeiro mês de 2021.
O economista Roberto Brito de Carvalho, da PUC-Campinas, considerou que a diminuição de vendas é “assustadora”. Embora a ausência de pronta entrega dos veículos com preços baixos seja um fator de influência, para ele as incertezas atreladas à economia afetam o consumo. “Existe a falta ou redução de renda, e os preços dos combustíveis têm desencorajado a manter veículos, quanto mais comprar.”
Motos em alta
A busca dos consumidores por motocicleta em Campinas segue em alta, aquecida pela expansão do mercado delivery em meio à crise sanitária. Ao todo foram 666 emplacamentos, crescimento de 5,7% no comparativo com janeiro do ano anterior, e o índice chega a 41,4% sobre o número de 2019.
“As pessoas buscam uma alternativa ao carro, a manutenção tende a ser mais barata. Além disso, o combustível não para de aumentar e as pessoas têm buscado uma fonte de renda com o trabalho de entregas”, falou Brito de Carvalho. Em todo país, o total de novas motocicletas emplacadas subiu 4,4% em janeiro – foi de 85,8 mil unidades em 2021 para 89,6 mil neste ano, informou a Fenabrave.

Trânsito na região do Parque Itália, em Campinas — Foto: Carlos Bassan / Prefeitura