Por: Soraia Abreu Pedroso.
São Paulo – O que reforçou a revisão, pela Abraciclo, de suas projeções para 2022 foram a demanda aquecida por motocicletas para desempenhar serviço de entregas e o fato de que os modelos mais demandados, os de menor cilindrada e possuidores de índice de nacionalização de até 90%, serem menos afetados por problemas na cadeia de suprimentos.
Se a primeira projeção do ano apontava para produção de 1 milhão 290 mil unidades, incremento de 7,9% frente ao resultado do ano passado, quando 1 milhão 195 mil motos foram fabricadas, agora a expectativa é a de ampliar em dois dígitos este volume, em 10,5%, para 1 milhão 320 mil unidades.
E o otimismo da entidade se dá apesar de reconhecer fatores que trazem instabilidade na economia, como a eleição, a inflação e os juros em alta, que comprimem o poder aquisitivo da população.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, avaliou em entrevista coletiva à imprensa, na terça-feira, 12, que a demanda por mobilidade é crescente, seja como alternativa para gerar trabalho e renda, principalmente por parte de pessoas que perderam seus empregos na área de serviços durante a pandemia, seja como opção ao transporte público.
Adicionalmente a alta desenfreada dos preços dos combustíveis faz com que motoristas passem a revezar o uso de veículos de duas rodas com o de quatro, em busca de economia:
“A mobilidade é uma necessidade em todo o País, assim como o protagonismo das motos na logística, especialmente no delivery. O aumento nos preços dos combustíveis contribui significativamente para elevar a demanda”.
O executivo lembrou que em 2011 a produção alcançou 2 milhões de unidades, sucedido por período crítico de seguidas quedas, até que em 2017 chegou a 883 mil. De 2018 a 2019 houve reação, mas em 2020 caiu novamente, com a pandemia. E em 2021 voltou a crescer.
“É preciso celebrar esse movimento, mas não se trata de um crescimento efetivo, e sim uma retomada daquilo que já fizemos. Este patamar de 1 milhão 320 mil, então, nos alça de novo ao padrão de 2015, com 1 milhão 262 mil, rumo a 2014, quando produzimos um pouco mais de 1,5 milhão de unidades. Desde 2019 temos aumento médio anual de 6%. Quem sabe, então, nos próximos anos conseguimos voltar aos 2 milhões.”
Comércios local e internacional — As vendas para o varejo também foram revistas. É aguardada a comercialização de 1 milhão 260 mil motos, alta de 8,9% com relação a 2021, que contou com os licenciamentos de 1 milhão 156 unidades. A perspectiva anterior era a de aumentar em 6,3% os emplacamentos, chegando a 1 milhão 230 mil motos.
Da mesma forma a expectativa para as exportações ganhou nova revisão. No início do ano esperava-se que totalizassem 54 mil unidades até dezembro, com leve variação positiva de 1% em comparação ao ano anterior, quando o volume chegou a 53 mil 476 motos. Agora é aguardada a venda de 56 mil unidades, incremento de 4,7%.
Foto capa: Internet
Fonte: https://www.autodata.com.br/noticias/2022/07/12/abraciclo-revisa-para-cima-projecoes-para-o-mercado-de-motocicletas/42246/